domingo, 22 de dezembro de 2013

Dias de aprendizagem... sexto e sétimo dia...

Bom, a madrugada que sucedeu ao quinto dia foi de um pesadelo de muito mal gosto. Comecei a ter náuseas e devido a uma crise aguda gastro-intestinal... 'reinei' das 22 até às 02:00 hrs. Lembrei-me que tinha remédios para conter tais problemas e tomei. O remédio 'resolveu' um problema, consegui dormir depois disso, mas a fraqueza, devido a tudo o que perdi, me arrasou. 

No dia seguinte, eu sabia que não tinha nenhuma condição de sequer 'pensar' em continuar. Assim que Filipe acordou dei-lhe a má notícia... 'Teremos que parar aqui!' Não sei se estava tão mal, devido aos problemas de saúde ou ao fato de saber que, para mim, ali era o fim do Vale-Europeu. Chorei muito. 

Descemos para tomar café e pedimos ajuda a família Duwe. Inicialmente cogitamos ir até a próxima parada, Palmeiras, para dormir e, quem sabe, continuarmos no outro dia. Mas o fusquinha azul da família poderia levar, no melhor das hipóteses, apenas uma bike. O Filipe teria de ir atrás do carro, pedalando. Quase partimos, mas bem na hora 'H', o suporte dos alforges do Filipe quebrou. Olhei para ele e disse: 'isso é um sinal! Vamos a Timbó buscar nosso carro'. Decidimos então deixar as bikes ali, na pousada Duwe, e partir em direção a Timbó para pegarmos nosso carro. 

Raolino, Isolde, Filipe e Sandrinha, Família Duwe
Foram 50 minutos de viagens, as quais eu piorei muito! Ao invés de ir buscar nosso carro, fomos direto para o Hospital Dom Bosco. Lá, fui muito bem atendida e medicada. Após 3 horas no soro, já me sentia bem melhor. Preciso dizer que a família Duwe foi mais uma vez impecável. Não nos deixaram desamparados nem um minuto sequer. 








Voltamos a pousada e dormi profundamente até as 17 horas. Quando acordei, desci a casa da família e encontrei o Filipe numa conversa muito animada com Tarsis. O calor era grande, acho que o dia mais quente desde que chegamos, o que nos levou até a represa. Passamos um bom tempo por lá.

Nossos novos amigos, Tarsis e Bê
 



Jantamos por lá e decidimos passar mais um dia aqui, depois que o Sr. Raolino nos convidou a conhecer uma cachoeira, que para chegar, deveremos ir de barco. Além disso, me apaixonei pelo cãozinho do casal, o que está me ajudando a distrair bastante.

Jimmy
O entardecer aqui é indescritível. É o segundo por do sol que veremos...

 




No dia seguinte, partimos umas 8 hrs em direção a tal cachoeira... foram uns 40 minutos de barco, muito divertido! Já começava a me sentir uns 80% melhor. Não tive coragem de entrar, visto que a água era bem gelada. 












Na volta, passamos por um local onde estavam fazendo uma costela de chão e pensamos: 'Porque não fazer uma visitinha?' Nossa cara de pau nos rendeu bons pedaços de costela deliciosaaaa... 






Os dias se passaram e hoje era para ser o último dia... chegaríamos a Timbó e pegaríamos nossos certificados. Lembrar disso fazia-me piorar novamente, mas tentava não pensar. 

Como já havia pagado a reserva no Zinco, lugar onde comemoraríamos o Grã-Finale, começamos a nos arrumar, para ir até a pousada, quando digo ao Filipe: 'Quero continuar amanhã cedo!!' Tivemos uma longa conversa, onde tive de convencê-lo de que estava em condições de fazer isso. Era algo arriscado, pois a próxima etapa, Altos Cedros a Palmeiras, tem 35 km de locais isolados e meu celular a muito não estava com sinal. Caso eu ficasse mal, não teríamos como pedir ajuda. Quando ele concordou, repentinamente fiquei 100% novamente!

Partimos para a pousada Campos dos Zincos, e nos perdemos profundamente. A viagem levaria 1 hr... devemos ter andado para trás e para frente umas 2 hrs, o que nos deixou bem irritados. Quando enfim achamos, estávamos cansados e um pouco irritados, mas tentamos respirar fundo e nos divertir.










O Sr. Egon veio nos recepcionar. Ele é muito brincalhão e disse que não nos deixaria entrar porque não viemos pedalando. Confesso que aquilo me relembrou que eu não tinha pedalado, mas não deixei a 'peteca' cair. Assim que entramos, ficamos pasmos com toda a decoração e beleza do local. O quarto é magnífico. Margareth nos recepcionou e nos ofereceu um café da tarde, que é claro, aceitamos. Lembro-me de ouvi-la dizer que prefere quando as pessoas chegam sem ideias pré concebidas, pois quando isso acontece, normalmente se decepcionam. Confesso que isso estava acontecendo comigo. Este lugar era o local que escolhi para fecharmos com chave de ouro... e cá estamos nós, no meio da viagem... por isso, o que ela me disse ajudou a olhar novamente para toda a situação e 'restartar' minhas expectativas.  É hora de apenas aproveitar...









Eles logo nos perguntaram se gostaríamos de conhecer a cachoeira, ao que prontamente aceitamos. A famosa cachoeira é mesmo linda! 

Local de banho, próximo a cachoeira do Zinco
Márcia, Stefan, Egon, Filipe e eu
 


Voltamos para o quarto e começamos a organizar as coisas para o dia seguinte, aliás o GRANDE dia, afinal, voltaríamos a pedalar e conseguiríamos concluir o caminho. Como já sabíamos o que estávamos realmente precisando, conseguimos resumir em apenas dois, dos quatro alforges que estávamos carregando, ou seja, eu vou sem peso extra, já que ainda estou 'debilitada'. 

Descemos para o jantar, daqueles impecáveis, às 20 hrs. Decoração e comida perfeitos. O filho do casal, Stefan, veio da Alemanha para passar o fim de ano com os pais, jantou conosco, assim também como a filha do casal, uma funcionária chamada Márcia, o Sr. Egon e a querida Maria Luiza, uma mochileira que está fazendo o caminho. Tivemos uma animada conversa sobre percursos brasileiros, os que ela fez e os que nós fizemos, Caminho de Santiago e outros... Foi um jantar muito agradável. 






Nossa querida Maria Luiza
  

Logo após, o Sr. Egon nos convidou a dar uma voltinha. Levantamos da mesa e os seguimos, iluminados apenas por uma lanterna. Em meio a escuridão, ele nos sinalizou um banco e pediu que sentássemos. Apontou a lanterna para uma direção, em modo pisca, e logo após apagou. Á partir daqui, não posso descrever plenamente o que vimos, de tão magnífico que foi. As lentes da câmera não captam, por ser um evento noturno. Devido a isso, não haverá registros. Tudo o que posso dizer, é que foi emocionante... Maria Luiza chorou ao nosso lado... para mim, o que vimos ali foi uma 'Aurora Boreal Terrestre', infelizmente é a minha melhor descrição. Por isso, deixo o incentivo a irem a este pequeno paraíso e conferirem a grande surpresa noturna, do Campo dos Zincos... 

Dormimos ansiosos com o que o dia seguinte nos iria trazer de bom!

Um comentário:

  1. como tudo que vc escreve é magnifico este blog nao deixaria de ser lindo maravilhozo explendido bjs minha querida !!!!!!!

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